25 fevereiro 2008

Internética (Parte II): Caracterizando o infinito das características


Todo o existente tem as suas características, também a Internet não foge à regra. Fundamentalmente, este meio de comunicação possuí três características: é instantânea, é igualitária, é participativa. Estes três pontos trazem consigo aspectos positivos e negativos.
A Internet é, na verdade, instantânea; ela não está sediada num local, é algo descentralizado, infinito, flexível. Poder-se-á afirmar que cada pessoa faz a sua Internet, é uma rede constituída por diversas redes, ou melhor, um universo com diversos sistemas solares. É neste ponto que a Internet começa a ter o seu caminho traçado, isto é, o objectivo de cada internauta define o verdadeiro valor da Internet: internauta, diz-me o teu objectivo digital que eu dir-te-ei que Internet terás. Este mundo deixou de ser uma mera transmissão de dados para ser objecto de transmissão de bens económicos, descobertas de amizades, crimes digitais, pornografia…é esta instantaneidade que permite que este mundo esteja dependente de cada utilizador.
Tendo acesso a um computador e a uma linha telefónica da Internet, o utilizador possuí um valor de igualdade para com todos os outros internautas. Toda a pessoa consegue passar pelo anonimato, tem a possibilidade de difundir informação sem qualquer tipo de barreiras, pode escolher em ser um criminoso ou benfeitor, permite alterar o ruma da sua vida e de outras pessoas em curtos espaços de tempo. Esta igualdade permitiu analisar que existem caminhos em que todo o homem pode ser igual para com o outro, mas também assistiu-se ao individualismo exacerbado. Este individualismo pôs em causa a definição da liberdade, transformando-a em imperialismo, totalitarismo. A possibilidade de cada homem dominar um espaço sem limites levou a que cada cibernauta valoriza-se o individualismo em detrimento da comunidade.
Ter a possibilidade de comentar, de trabalhar e de se divertir neste espaço, fez com que a Internet seja um espaço participativo. A humanidade está a passar por um “choque” tecnológico que a obriga a participar activamente em sistemas informáticos. Media, economia, sociedade está a ser envolvida pela rede informática que impele cada ser social a participar nesta mesma rede e, de certo modo, a estar dependente da mesma.
Deste modo, a Internet possuí um papel de extrema importância no destino do Homem, podendo constituir um “instrumento privilegiado para construir a civilização do amor” ou “paradoxalmente, as mesmas forças que constituem para o melhoramento da comunicação pode levar, de igual modo, ao aumento do isolamento e à alienação”, como afirmava o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais in “Pornografia e violência nas comunicações sociais: uma resposta pastoral”.

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