27 fevereiro 2008

Errar é fácil...Perdoar nem tanto


A imperfeição é uma das características humanas. Ao longo do tempo, o homem tem revelado, cada vez mais, este defeito. Guerras, discussões, desentendimentos, injustiças são fruto desta distintiva.
Contudo, penso que o erro humano tem diversas dimensões: erro ingénuo e o erro provocado.
O erro ingénuo define-se como uma má formação do homem que tropeça na verdade, caindo no buraco da mentira e da insensatez. Esta dimensão tende a ferir mais a pessoa porque o agir do errante não tem limite, pois na sua consciência tudo o que se profere não suscita qualquer tipo de indignação e mágoa no ouvinte.
O erro provocado é algo grave porque o ser que o comete tem tudo planeado, sabe o que vai realizar, está consciente das consequências da acção que vai cometer. Sendo um erro calculado, este tem limites em contraste com o erro ingénuo, isto porque o plano é magoar o outro num determinado sentido sendo-se cruel, atacando os pontos fracos das pessoas.
Durante a história humana, pode-se verificar que o ser humano consegue facilmente permanecer em guerras e/ou problemas do que habitar na paz, no sossego, na harmonia entre todos. Nesta linha, perdoar é muito mais difícil do que errar. Perdoar, no verdadeiro sentido da palavra, é esquecer o erro do outro, é voltar a dar a mão do errante, é apagar as pegadas no areal da imperfeição com a água do oceano do amor.
Assim sendo, perdoemos sem cessar tal como o Filho do Homem pediu ao Pai o perdão dos nossos pecados.

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