13 março 2007


TEMPO QUARESMAL
A festa é parte integrante da vida humana. Aniversários, comemorações temáticas, celebrações religiosas, entre outros. A preparação é a etapa fulcral para o êxito da mesma, pois é a partir dos preparativos que a festa terá o seu sentido. Este tempo litúrgico proporciona a cada cristão condições favoráveis para uma reflexão como forma de participarmos na festa Pascal da melhor forma, de espírito purificado.
Na sociedade actual qualquer acontecimento, previsível, é antecedido por um enorme reboliço que é “significado” de preparativo para tal evento. Silêncio, reflexão, oração e sacrifícios são palavras vazias de significado para grande parte da humanidade. A fórmula actual da pré-festividade utilizada pelo meio social é o trabalho, o stress e o materialismo. A preparação começa, deste modo, envolvida em consumismo e vazia de espírito.
A Igreja está em tempo de reflexão, esta na Quaresma! Saberemos o significado deste vocábulo? Saberemos viver e/ou agir neste tempo litúrgico? Porquê a sua existência? Obrigação? Proposta e ajuda? São diversas as questões que se expõem à mente humana, facilmente resolvidas após uma reflexão atenta e séria.
Fundamentalmente, a Quaresma é a preparação para a maior celebração de todas as celebrações, a Páscoa da Ressurreição. Quaresmar não é apenas algo interno e individual, mas também externo e social; não é um individualizar ou fechar-se em si mesmo, a pessoa quaresmal deve ser um espelho que reflicta a serenidade e a seriedade do espírito deste tempo. A Igreja faz recordar e reflectir nesta ocasião todos os grandes acontecimentos da história da salvação de forma a analisarmos todos os sacrifícios, toda a penitência, toda a oração e toda a obediência que os antepassados tinham por Deus. Deste modo, a Igreja não é fonte de obrigações, pelo contrário, jorra propostas, aponta caminhos e, sobretudo, um guia da humanidade até Cristo, Filho de Deus Vivo: Per Ecclesia ad Iesum!
Viver a Quaresma não é uma obrigação, é um dever que cada cristão tem para testemunhar a ressurreição de Cristo de forma transparente.
A Igreja está ao serviço do Homem (Cf. Gaudium et Spes 1); este é o tempo por excelência de conversão interior. Saibamos aproveitar este tempo de deserto, de silêncio e de penitência.

Nenhum comentário: