20 março 2007

O papel das religiões na paz mundial


Religião e paz sempre estiveram de mãos dadas. São dois campos que se interligam, se completam. Neste sentido a Sua Eminência Senhor Cardeal D. José Saraiva Martins, convidado pela Federação Nacional de Estudantes (FNET, proferiu uma conferência intitulada "O papel das religiões na paz mundial".
Com uma audiência de 500 pessoas o Senhor Cardeal centrou um objectivo primordial para todas as religiões, ou seja, a todas elas se pedem uma nova cultura da paz. Nesta linha, a Igreja Católica tem contribuído bastante para que este ponto funcione: promovendo a paz, possuindo documentos sobre a paz, instituiu o dia mundial da paz, realizou o encontro ecuménico de Assis...
Outras confissões têm feito a sua tentativa para que a chama da paz incendeie a sociedade, por vezes bombardeada pelos seus radicalistas que não percebem que nunca haverá paz se os direitos dos outros povos, mesmo vulneráveis, não forem respeitados.
A actualidade revela um panorama bastante difícil para a sobrevivência de um ambiente pacífico no mundo. O relativismo radical que se vive resulta de um estar extinto de valores, cheio de ofensas, a certeza converte-se em indiferença, ignora-se a dignidade humana.
Ao analisar os séculos XX/XXI, a história da humanidade está envolvida pela nuvem do terrorismo dividida especialmente em 4 grandes partes, 4 enormes guerras. As duas primeiras de "estilo clássico" são a 1º guerra mundial em 1914 e a 2º no ano de 1939. Seguidamente gerou-se a guerra do medo, da ameaça, do silêncio que se pode considerar como a 3º grande guerra, por outras palavras, a guerra fria a partir de 1945 entre os Estados Unidos da América e a URSS, actual Rússia. O século XXI vive a 4º grande guerra; a guerra que o homem tenta conquistar fins sem olhar a meios.
Ouve-se cada vez mais afirmações em que se tenta legitimar o terrorismo; definitivamente, um acto terrorista não é uma via ideal para restabelecer a justiça e a paz, isto porque existem violações de direitos humanos e mortes de inocentes. É necessário interrogamo-nos se a guerra é a melhor resposta à paz mundial. Não podemos reflectir e concluir à priori,mas sim que verifiquemos os resultados desastrosos que a guerra teve ao longo da história. São vários os tipos de guerra que envolvem a sociedade: o choque de civilizações e culturas na qual a desigualdade e a servidão são os pontos fortes, pois os direitos humanos são dados apenas a algumas camadas sociais; a guerra preventiva domina cada vez mais esta aldeia global em que o poder nuclear substitui o diálogo; a guerra apoiada com a mentira da paz.
Neste panorama tão negro, as religiões devem assumir uma posição de modo a impedir que esta situação cresça. Contudo, cada confissão e/ou religião só poderá assumir um papel na paz mundial se se encontrar em paz interior. O Santo Padre Bento XVI tem-se pronunciado sobre o problema afirmando que "a pessoa humana é o coração da paz" e, deste modo, é necessária uma "ecologia humana" que transforme um ser humano corrompido, egocêntrico num novo homem, num instrumento da paz.
Neste sentido, o Sr. Cardeal ao findar a sua conferência apontou um caminho, em forma de decálogo, que eu subscrevo como conclusão de todo este texto:
"1. As religiões devem rezar a paz; libertar o coração do mal; saber amar; a paz é um bem do alto que todo o homem deve pedir.
2. As religiões devem empenhar-se em favor da paz acusando a violência e aprendendo a conviver juntas.
3. Os crentes são chamados a promover a educação para a paz, ensinar para a paz.
4. As religiões preocupem-se em preparar homens e mulheres para velarem pela paz.
5. Todo o homem deve basear-se na verdade, na liberdade, na justiça e no amor.
6. As religiões não se devem converter em partidos políticos.
7. As religiões não podem ignorar, é preciso promover a justiça e o desenvolvimento. A terra é de todos antes de ser de cada um dos habitantes.
8. As religiões devem promover a cultura da paz, a cultura do diálogo.
9. As religiões são chamadas a promover diálogos para resolver problemas, a criar iniciativas.
10. As religiões devem estar plenamente convencidas que a sua função deve ser decisiva para a sociedade actual."

Um comentário:

JOSÉ APARECIDO disse...

A RELIGIÃO TEM SIDO A MAIOR FOMENTADORA DAS GUERRAS ENTRE OS HOMENS. John Kenneth Galbraith com toda propriedade disse: “Mais pessoas têm sido mortas em nome da religião do que o total de pessoas mortas em todas as guerras e catástrofes naturais.”
O Dr. Seshagiri Rao disse: “Os médicos devem curar e não disseminar doenças. As tradições religiosas não deviam disseminar ódio e conflitos violentos entre as pessoas; seu objetivo deve ser reconciliar. Na prática, porém, elas freqüentemente serviram, e ainda servem, como elemento divisório.”
COMO PODE A RELIGIÃO CONTRIBUIR PARA A PAZ SE ELA É A FONTE DE TODAS AS GUERRAS? SEUS PECADOS SE ACUMULARAM ATÉ OS CÉUS. REVELAÇÃO CAPÍTULO 18, VERSÍCULSO 21 A 24.